Grande Barreira de Corais em Perigo: Impacto Alarmante do Verão 2024
Pesquisas recentes revelam perdas significativas nos recifes de corais da Grande Barreira devido às mudanças climáticas.

Queda alarmante na cobertura de corais: Um chamado à ação
O Programa de Monitoramento de Longo Prazo (LTMP) do Instituto Australiano de Ciências Marinhas (AIMS) revelou uma queda alarmante na cobertura de corais da Grande Barreira de Corais, com expressivas perdas entre 11% e 72% em algumas áreas. Este fenômeno está vinculado às mudanças climáticas e ao aumento da temperatura do oceano, resultando em mortalidade generalizada dos corais e impactos severos causados por ciclones.
Summary
As mudanças climáticas estão causando um estrago sem precedentes na Grande Barreira de Corais, colocando em risco não apenas a biodiversidade marinha, mas também as culturas indígenas ligadas a essa magnífica estrutura. Mediante os dados mais recentes do Programa de Monitoramento de Longo Prazo (LTMP) do Instituto Australiano de Ciências Marinhas (AIMS), a situação é alarmante.
O LTMP revelou que a cobertura de corais no recife diminuiu de 11% a 72% em várias áreas quando comparada aos níveis anteriores ao verão. Esses números não apenas representam uma queda drástica, mas expõem um cenário de morfologia que pode estar se alterando rapidamente. O professor Graeme Cumming, membro do Conselho de Biodiversidade, enfatiza que este cenário não é surpreendente. Ele observa que o aquecimento dos oceanos já havia sido previsto por cientistas e que a mortalidade de corais está se tornando comum devido a essas mudanças. Como ele afirma: "O aquecimento dos oceanos causou a mortalidade generalizada de muitos corais."

Os recifes avaliados entre agosto e outubro de 2024 localizam-se entre a Ilha Lizard e Cardwell, em Queensland. A AIMS continua seu monitoramento em outros setores.
Os efeitos do aumento da temperatura da água podem ser sentidos de maneira contundente. Durante o evento de branqueamento, que ocorreu em fevereiro e março de 2024, todas as áreas estudadas enfrentaram estresse térmico em níveis preocupantes. Dr. Mike Emslie, líder do LTMP, destaca: "Os ciclones tropicais Jasper e Kirrily também expuseram muitos recifes a alturas de ondas danosas, geralmente excedendo quatro metros."
Esse estresse resultou na maior perda anual de corais duros em 39 anos de monitoramento, afetando especialmente a seção Cooktown-Lizard Island. As consequências são ainda mais graves nas plataformas internas e intermediárias, onde as coberturas de corais foram devastadoras, com um recife da plataforma interna perdendo quase 75% de sua cobertura de corais duros antes do verão.
Cumming ressalta a falta de ação significativa por parte do governo australiano, afirmando que, se o objetivo fosse realmente salvar a Grande Barreira de Corais, medidas drásticas deveriam ser tomadas: "Isso significaria acelerar a transição para a energia renovável e fechar minas de carvão e plataformas de petróleo e gás – não aprovando novas." Além disso, é crucial aumentar o financiamento para restringir a drenagem agrícola, controlar o desmatamento e limitar atividades pesqueiras que possam afetar ainda mais a saúde do recife.
O Conselheiro de Biodiversidade, Stan Lui, destaca também que as comunidades indígenas estão vendo suas práticas culturais prejudicadas pela degradação do recife. A urgência da situação exige uma resposta coletiva em nível global para mitigar as mudanças climáticas e proteger o futuro dos recifes.
O relato dos acontecimentos na Grande Barreira de Corais é um chamado à ação e uma lembrança da fragilidade dos ecossistemas marinhos diante da ação humana e da mudança climática. Sem um comprometimento sério e um plano claro, a linda e vital Grande Barreira pode não sobreviver às ondas de calor e aos ciclones devastadores que estão cada vez mais frequentes em nosso planeta.
Com informações da Cosmos Magazine


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