Estudo investiga como buracos negros primordiais, com massa de asteroides, podem ser detectados através de ondas gravitacionais.
Um novo estudo explora como detectar buracos negros primordiais que podem explicar a matéria escura.

Detectando Fusões de Buracos Negros Primordiais Pode Estar ao Nosso Alcance
Os buracos negros primordiais, hipotéticos e de massa semelhante a asteroides, podem ser a chave para entender a matéria escura no universo. Estudos recentes sugerem que suas fusões poderiam ser detectadas através de ondas gravitacionais, embora sua existência ainda não tenha sido comprovada.
Summary
Imagine um buraco negro com a massa do asteroide Ceres. Ele seria praticamente indetectável, não maior que uma bactéria. Essa descrição provoca uma reflexão sobre a possibilidade de que esses buracos negros minúsculos possam ser comuns no cosmos. Eles poderiam influenciar os movimentos das estrelas e galáxias, de forma semelhante ao que já observamos. Tal fenômeno sugere que esses buracos negros poderiam, quem sabe, ser a chave que falta para entender a tão falada matéria escura.
Os buracos negros primordiais são uma hipótese fascinante na astrofísica. Se considerarmos a paisagem do universo logo após o Big Bang, é possível que, em meio à densidade e calor extremos, tenham surgido buracos negros com massas muito menores do que as estrelas que conhecemos. Esses buracos negros não poderiam ter se formado a partir da morte de estrelas, como é o caso dos buracos negros que frequentemente estudamos, mas sim durante os primeiros momentos do universo.
O intrigante em torno desses buracos negros primordiais se intensifica pelo fato de que ainda não possuímos evidências concretas de sua existência. Contudo, eles se apresentam como uma explicação atraente para a natureza da matéria escura – a substância invisível que constitui cerca de 27% do universo, mas cuja existência e características ainda permanecem um mistério. Estudos em andamento têm tentado elucidar essa questão crucial, e a busca por buracos negros primordiais ainda é uma área ativa de pesquisa. Um recente estudo sugere que pode haver uma forma de detectá-los, utilizando ondas gravitacionais.
Os dados atuais indicam que a maioria dos buracos negros primordiais com grandes massas já foram descartados como candidatos para a matéria escura. Buracos negros com massas semelhantes às estrelas afetariam o agrupamento de galáxias de uma maneira que não observamos. Escalando para baixo, buracos negros menores, do tamanho de uma montanha ou menor, também já teriam evaporado no decorrer da história cósmica, tornando-se irrelevantes nesta busca.
Por outro lado, buracos negros primordiais com a massa de asteroides permanecem uma possibilidade intrigante. Em essência, esses buracos negros poderiam existir em abundância dentro de galáxias. A pesquisa aponta que a detecção desses buracos negros de massa de asteroide poderia ser facilitada através da observação de ondas gravitacionais, que se apresentam como um 'chirp' – um sinal que surge a partir da fusão entre buracos negros.
As ondas gravitacionais são ondulações no espaço-tempo causadas por eventos cósmicos extremamente energéticos, como fusões de buracos negros. Quando dois buracos negros se mesclam, a intensidade das ondas gravitacionais resultantes pode ser registrada por detectores como o LIGO. Para buracos negros minúsculos, os eventos de fusão poderiam apresentar frequências mais elevadas e, consequentemente, seriam mais frequentes, tornando essa uma abordagem atraente para investigá-los.
Para sermos mais claros, aqui estão algumas características das ondas gravitacionais que poderiam nos ajudar a identificar buracos negros primordiais: Os chirps gerados por fusões de buracos negros primordiais com a massa de asteroides seriam muito mais altos do que os observados em fusões de buracos negros de massa estelar. Se esses buracos negros fossem comuns, as fusões entre eles também seriam relativamente frequentes, aumentando nossa chance de capturá-las em nossos detectores.
Apesar das promessas, a detecção de buracos negros primordiais representa uma empreitada desafiadora. Os autores do estudo mencionam que muitos dos detectores existentes, como o LIGO, podem não conseguir captar as frequências mais altas desses chirps. Contudo, a pesquisa abre caminhos interessantes; outros experimentos direcionados à busca por matéria escura podem ser adaptados para a investigação de fusões de buracos negros primordiais.
Além de considerar as ondas gravitacionais, há um modelo alternativo para explicar a matéria escura – o axion, uma partícula hipotética. Originalmente proposto para resolver questões na física de partículas de alta energia, o axion perdeu força na física de partículas mas ainda reverbera nas discussões sobre cosmologia. Tentativas de detectar axions têm tido sucesso limitado até o momento, mas o ajuste dos experimentos poderia possibilitar a identificação de sinais de fusões de buracos negros primordiais sob condições ideais.
Embora os autores do estudo afirmem que as chances de encontrar buracos negros primordiais na faixa de massa de asteroides são pequenas, isso não quer dizer que a busca é inútil. Manter a mente aberta para possibilidades e combinar abordagens inovadoras pode levar a descobertas importantes. Uma condição que poderia aumentar as chances de sucesso seria o aprimoramento de tecnologias de detecção, investindo em tecnologia que possa captar frequências mais altas de ondas gravitacionais.


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